segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Opinião - Racionalidade, estadistas e artistas - José Aparecido Miguel

José Aparecido Miguel

SE VOCÊ É RACIONAL, fica desconfiado, cético, diante da esperança de um mundo melhor para todos nós. Esperança que alimenta nosso futuro. Palavras do capitão Jason Amerine, no Jornal da Tarde, sobre o ataque dos Estados Unidos a Candahar, no Afeganistão: "Não nos faltavam aviões, mas alvos para bombardear. Os pilotos ficavam decepcionados. Ouvi no rádio um dos pilotos dizendo: estamos prontos para brincar, estou carregado de bombas e quero ação". Brincar?


DEPOIS DO ATAQUE TERRORISTA aos Estados Unidos, em setembro, observa-se o fim do Taleban de Bin Laden. Uma relativa paz mundial, porém, passa por uma ação de pacificação urgente entre Israel e a Palestina. É uma situação complexa, para envolvimento sério de estadistas, se é que temos estadistas na atualidade.

ARTIGO DO PROFESSOR ROGÉRIO CEZAR de Cerqueira Leite trata o esforço brasileiro no combate à Aids, em comparação com o quadro macabro da mortalidade infantil. Ele reconhece que o programa vem sendo elogiado. "É um programa de Primeiro Mundo", proclama o refrão autodepreciativo, escreve. Mas o Brasil, segundo Cerqueira Leite, é um país de Terceiro Mundo, onde crianças morrem de subnutrição, endemias e falta de saneamento básico e atendimento médico. "Pela propaganda, a tragédia de um Cazuza vale a de 1 milhão de crianças com malaria ou esquistossomose". Cerqueira Leite, diante desse "infindável corredor da morte", pede racionalidade nas decisões de organismos do Estado.

GOSTEI DA 10ª FEIRA DE ARTE, Artesanato e Doces de Morungaba, promovida pela Prefeitura, de 30 de novembro a 17 de dezembro. Pena que muita chuva a tenha prejudicado. Mas valeu, como evento que estimula o turismo, uma escolha própria de estância climática. Por isso, quem gosta de Morungaba, interessa-se pelo seu futuro, deve conhecer e acompanhar a elaboração e o cumprimento de um Código de Obras e Desenvolvimento para o município. É uma bíblia que orienta o futuro local, onde ficarão as indústrias, que tipos de loteamentos teremos, se a cidade permite (ou precisa) de prédios de apartamentos, etc.

INDEPENDENTEMENTE DE SUA SOFRÍVEL QUALIDADE, centrada na apelação, o programa "Casa dos Artistas", do SBT de Sílvio Santos, deu um banho na TV Globo de Roberto Marinho domingo passado – provavelmente resultado da cansada fórmula do "Fantástico" e do formato já conhecido de "No Limite". O crítico Eugênio Bucci, da Folha de S. Paulo, avalia: "Tudo que contribui para tornar um pouco menos desigual a ordem estabelecida na televisão brasileira é bom".

CUIDADO COM A INTERPRETAÇÃO de pesquisas eleitorais. Pense bem nas propostas e idéias de cada candidato a Presidente da República. O jornalista Gilberto Dimenstein, também da Folha, incluiu o roqueiro Supla na lista e pediu à CPM Market Research que ouvisse uma pequena amostra de paulistanos. O roqueiro chegou a 13% das intenções de voto, mais que Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda (10%), mais que o atual governador do Rio de Janeiro, Garotinho (8%). Até as eleições muita água vai rolar.


O Morungaba, 19 de dezembro de 2001. Publicado também no jornal “Acontece! em Morungaba”.

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