PROPAGANDA - O jornalista Joelmir Beting, um profissional sério e respeitadíssimo no nosso meio, aceitou fazer propaganda de um fundo mútuo de um banco, como o leitor pode acompanhar pela televisão. Por isso, os jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, mais destacados, deixaram de publicar sua coluna, que continua sendo divulgada em outras publicações de menor repercussão. Ao fazer propaganda, perdeu a isenção para comentar economia relacionada ao banco que divulga e ao sistema financeiro. É o meu entendimento, como o de outros jornalistas. Mas a nossa categoria deveria atentar para um comentário do competente Joelmir Beting, colocado em artigo dele sobre o episódio. "Transparência, eis a questão. Anunciar fundo mútuo, carro zero ou creme dental não faz mal à população. O que, no jornalismo, coloca o povo brasileiro em perigo (e a ética da profissão, na sarjeta) é o antigo e até festejado merchandising jornalístico de caráter político, partidário, ideológico, cultural, religioso, militante. Isso não é informação. É manipulação. Ou desinformação. De tal gravidade que não está sequer em discussão no jornalismo, o agente; e, muito menos, na sociedade, o paciente".
ÁLCOOL - É próprio da propaganda usar a credibilidade de profissionais de destaque para vender seus produtos. Assim é com Joelmir Beting em relação ao banco e com o jogador Ronaldo, um fenômeno do futebol, com a cerveja. Bebida alcoólica, porém, não combina com vida de atleta. Por sinal, tem bares que colocam cartazes informando que o "álcool faz mal à saúde e à sociedade". Mas o vendem. Essa é a nossa sociedade.
COMÉRCIO - A realidade contraria a vontade de que a economia se recupere o mais rapidamente possível, se bem que o presidente Lula venha elogiando o cenário econômico. O volume de vendas do comércio varejista teve em outubro a 11ª queda consecutiva mensal na comparação com o ano anterior, escreve a imprensa. O recuo foi de 3,04% em relação a outubro de 2002. No ano, chega a 4,96%. Pior: segundo o economista Nilo Macedo, do IBGE, só um resultado "excepcional" e improvável nos meses de novembro e dezembro inverteria a situação.
SADDAM NA INTERNET - O presidente George W. Bush, que se beneficia em sua candidatura à reeleição, e os Estados Unidos conseguiram o seu troféu: prenderam o ex-ditador do Iraque, Saddam Hussein. Analistas comentam que a resistência iraquiana sofre um golpe duro, mas que ela prosseguirá. A população iraquiana, como os palestinos e os judeus, segue conceitos religiosos em relação às suas terras. Olham os norte-americanos e seus aliados, no Iraque, como invasores. Ainda sobre a ocupação do Iraque, vale registrar imagens de passado recente – no conflito com o Irã -, mostrando importantes autoridades dos Estados Unidos cumprimentando Saddam Hussein, a quem apoiaram por um período. As imagens estão na Internet.
O Morungaba, 17 de dezembro de 2003 – Publicado também no jornal “Acontece! em Morungaba”.
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