segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Opinião - Imbecilidades, radares, futebol e Fórmula 1 - José Aparecido Miguel

Vi na televisão uma passeata pela maconha. Aconteceu em vários países, inclusive, infelizmente, no Brasil. Coisa de imbecil deslumbrado. A maconha é um passo para drogas piores, embora o inteligente Fernando Gabeira pense o contrário. É a escalada que interessa aos traficantes. Pode-se começar ingenuamente num bailinho... Muitas vezes acaba em desgraça. O tráfico de drogas, que se beneficia da ignorância, pobreza e das injustiças sociais, é um centro gerador de violência e morte. Passeata pela maconha é fuga de quem não tem causas melhores, como o combate da exclusão social.

ESTAMOS entrando em tempo de Copa do Mundo de Futebol. Romário, que obriga um time todo a jogar por ele, ficará comentando os jogos, torcendo contra. Parte dos jornalistas também por defenderem mudanças na estrutura condenável do futebol brasileiro. Eu não! Espero, quero crer, que o Brasil vença. Embora crítico, sou um torcedor brasileiro. (Ah, o futebol não foi introduzido aqui, em 1894, por Charles Miller, paulistano, filho de um engenheiro escocês, criado em escolas na Inglaterra. Livro do historiador José Moraes dos Santos Neto prova que Miller foi quem estabeleceu o futebol em clubes, mas o princípio ocorreu 15 anos antes, entre 1879 e 1881, pelos padres jesuítas do Colégio São Luís, aqui perto, em Itu. O responsável foi o jesuíta José Montero.)

A HISTÓRIA DA FÓRMULA 1 certamente dedicará ao brasileiro Rubens Barrichello, piloto da Ferrari, a polêmica do rótulo que balança entre o profissionalismo – ao aceitar, por contrato, ficar em segundo lugar na corrida que vencia na Áustria – e a fraqueza. Michael Schumacher, líder do campeonato, ganhou por ordem da Ferrari, a dez metros do final. Fez demagogia ao dar seu lugar para Rubinho no podium do campeão. O brasileiro Nelson Piquet, tricampeão de Formula 1, como Senna, foi claro: não aceitaria a ordem, mesmo estabelecida em contrato. Como? “Ora, eu responderia: o que? O que? Não entendi... Jogaria o fone de ouvido para fora... Tudo pode dar defeito em carro de Fórmula 1...”, disse Piquet, para muitos antipático, mas para sempre um grande campeão.

COMPREENDO as dificuldades de organização, preservação e manutenção de manifestações culturais tradicionais. Entendo a boa vontade de seus participantes e cumprimento-os. Mesmo assim, considero que seria bem melhor que a Congada de Morungaba – presente na Festa de São Benedito – tivesse uma rainha negra. Questão de opinião e de tradição da cultura afro-brasileira.

OS RADARES instalados na Rua Araújo Campos, em Morungaba, voltaram ao noticiário regional, via televisão. Sou, como quase todos os mortais, contra multas. Em São Paulo, elas são praticamente uma indústria de arrecadação da Prefeitura e de terceiros, que operam os aparelhos. Aqui sou defensor dos radares que limitam a velocidade a 50 quilômetros por hora. Se fosse a 60 a reclamação seria do mesmo tamanho. Não se trata, na minha opinião, de um assunto de arrecadação, se bem que a Prefeitura receba mais de 9% dela em multas de trânsito. O principal é a segurança dos moradores da cidade, ameaçados por motoristas imprudentes. Simples: quem observa as placas não é multado. As multas, obviamente, são antipáticas, afastariam os turistas. Não creio. Resta saber que tipo de turista Morungaba quer.

O Morungaba, 14 de maio de 2002. Publicado também no jornal “Acontece! em Morungaba.

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