segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Opinião - Morungaba, ontem e hoje - José Aparecido Miguel

Morungaba tem diversas razões para comemorar seus 114 anos, dia 29 de junho, se observarmos como era e como é na atualidade. Minha opinião, é claro, está condicionada à forte estima que tenho por esta cidade, que ensinou meus primeiros passos. A cidade, por exemplo, já pode comemorar e apoiar também a existência deste jornal, que completa um ano na mesma data. O Acontece é um veiculo importante para informar e registrar a nossa história. E muita coisa mudou nos últimos anos.

Morungaba transformou-se em estância climática, com a qualidade que sua natureza lhe deu. Seu clima equivale, certamente, a lugares hoje famosos. Seu potencial turístico está se concretizando em diferentes pontos, a exemplo do parque ecológico, da atração provocada pelas imensas antenas da Embratel, dos centros de adestramento de cavalos de raça, da gastronomia representada pelos doces criados pelo velho David Consolim - que tive o prazer de conhecer - e das pimentas da Companhia das Ervas.

Morungaba é pequena, mas destaca-se pela grandeza e pelo calor de sua população, cordial, receptiva e trabalhadora. Tem diversos eventos criados para atrair turistas, além de investimento público e privado em sua infra-estrutura e na melhoria da qualidade de vida da população. O turismo, em expansão, pode dar a Morungaba um retorno econômico diferenciado.

Há uns 40 anos, só para lembrar, tínhamos cerca de 3 mil habitantes, um campinho de futebol margeando a Rua Araújo Campos, em frente à extinta Morungaba Industrial, uma telefonista para fazer os demorados interurbanos; poucos aparelhos de televisão, ainda em preto e branco no final da década de 50; uma única escola primária. O telefone ainda era a manivela. Fax, nem pensar; telefone celular, nem imaginar; correio eletrônico, nem sonhar.

Hoje, aos 114 anos, quase 10 mil habitantes, Morungaba, melhor estruturada, participa do desenvolvimento de nosso Estado e do País, embora tenhamos – no Brasil – um quadro de imensa desigualdade social e de pobreza, que não tem a mesma intensidade localmente. Está, felizmente, longe do quadro de miséria enfrentado em outros lugares, especialmente nas grandes cidades.

Não, não estamos melhorando por inércia! Há iniciativas importantes na cidade, como o estudo para a concretização de uma legislação de zoneamento urbano, que lhe garanta uma expansão ordenada, além da criação de um Distrito Industrial.

Morungaba está prestes a receber um presente inédito, que, sem modéstia, tem a minha sugestão voluntária e o meu entusiasmo. Entretanto, para que o benefício público se concretize, é preciso também a vontade política de quem a sociedade elege - prefeito, vereador, deputado, governador, presidente da República etc. Eu destaco, assim, a ação da prefeita Maria Cecília Pretti Rossi, que adotou para Morungaba uma proposta especial de informática, uma rede via Internet, a ser desenvolvida em parceria com a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e a Funcamp (Fundação de Desenvolvimento da Unicamp).

O convênio, ainda em tramitação, vai acrescentar ao potencial turístico de Morungaba a possibilidade clara de termos aqui um pólo de tecnologia da informação, que trará amplos benefícios para a população, seja nos serviços públicos, seja na educação. Não oferecerá, certamente, empregos para todos, mas poderá, sim, gerar jovens e adultos ainda mais preparados para a cidade e para o País. Parabéns!


O Morungaba, 26 de junho de 2002. Publicado também no jornal “Acontece! em Morungaba”.

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