terça-feira, 1 de outubro de 2013

Opinião e algumas propostas para Morungaba - José Aparecido Miguel - 6/11/2006

(Texto originalmente colocado pelo autor na comunidade Morungaba Agora! do Orkut – www.orkut.com.br , dia 3 de novembro de 2006.)

O desenvolvimento político de uma comunidade depende do esforço, da dedicação e do desprendimento de todos. É o caso de Morungaba, que não pode se menosprezar por ser hoje, mais do que uma estância climática, uma cidade pequena. É uma vantagem, como veremos depois, no desenvolvimento deste espaço. Política não se faz individualmente. É ação que demanda união de interesses coletivos. Gostar ou não gostar individualmente do prefeito Luvaldo Flaibam pouco importa. O mesmo vale em relação aos ex-prefeitos Cláudio Rossi, Maria Cecília Pretti Rossi, Moacir Tobias, etc. São, certamente, pessoas que dão contribuição positiva para Morungaba. Nossa sociedade deve estar acima de grupos políticos, se quiser ter um desenvolvimento que orgulhe nossos filhos, netos, nossas próximas gerações. É possível, mesmo entre correntes divergentes, encontrar pontos comuns de interesse coletivo. Os grupos políticos de Morungaba não podem se tratar e conduzir suas relações como se fossem times de futebol. Encerrada uma disputa política – a eleição legítima que se dá nas urnas –, é preciso desprendimento e seriedade de relacionamento em torno dos interesses maiores de Morungaba. É preciso, sim, de crítica e autocrítica; pode-se construir também com a oposição. Se isso não ocorre, é hora de buscarmos, incentivarmos, novos grupos políticos, outros vereadores, outras lideranças.


Eu, José Aparecido Miguel, não sou candidato a nada. Não sei meu amanhã. Posso, certamente, e sem modéstia tenho história para tanto, sugerir ações para Morungaba, como foi o caso da Infovia Municipal em dezembro de 2001. É claro que elogio a ex-prefeita Maria Cecília Pretti Rossi, que deu atenção à minha proposta inicial, esquecida por Luvaldo Flaibam. A Cecília fez mais: deu o nome do meu pai, Eleutério Miguel, ao Mercado Municipal, obra nova e sem uso. Estimo muito também o Fernando Miguel, autor da proposta de título de Gratidão, que a Câmara Municipal me concedeu em 2003. Não quer dizer que considero a área de Turismo, dirigida por ele, uma maravilha. Lembro aqui o saudoso Pedro Zem, que foi a pessoa especial que bem me recebeu na minha volta a Morungaba, no ano 2.000. Respeito a todos, incluindo os que certamente não gostam de mim. Provoco, politicamente, com uma dose de humor, que torço por uma Morungaba “sem Rossi e sem Flaibam” – pode ser “sem Miguel, Tobias, etc”. É para que pensemos que existem outras alternativas, se Morungaba assim quiser. Vou colocar aqui uma série de propostas. A sua também é importante.

PERGUNTA

Perguntar não ofende: o que a administração municipal de Morungaba faz com um orçamento anual de R$ 17 milhões e 135 mil reais? Ele corresponde à média de aproximadamente R$ 173,50 por pessoa – seja de um dia de vida ou 95 anos de idade. Acredite: só de multa de trânsito, Morungaba espera receber R$ 2 milhões e 180 mil reais este ano – portanto mais de 10% de seu orçamento. Além de abusivos radares (alguns necessários), que prejudicam a imagem da cidade, resta dúvida sobre a validade de uma proporcionalidade assim. A população local tem o direito de saber para onde vai seu dinheiro; a administração tem o dever e a obrigação legal de explicar, tim-tim por tim-tim. Os vereadores também têm responsabilidade. Cobre-os.

Uma cidade pequena como Morungaba permite o desenvolvimento de ações importantes e exemplares, como as de inclusão digital. A proposta de Infovia Municipal, que nasceu aqui e que Pedreira (em 2007) e outras cidades começam a adotar, tem base nisso. Nossos estudantes somam menos de 3 mil. A distribuição física da cidade é reduzida. Enfim, há condições para Morungaba ser um “show room” de desenvolvimento. Não vale dizer que o Brasil é uma bagunça, etc. Um erro não justifica outro. Faça sua parte. Exerça sua cidadania.

PROPOSTAS

Algumas propostas para a avaliação de Morungaba – e vou apresentar outras mais gradativamente, em todas as áreas:

- Jardim do Mundo – Basta vontade política, alguém ligar para embaixadas, pedir sementes típicas, etc. E ter um bom jardineiro. Iniciativa de atração de turismo e baixo custo.

- Meninos Cantores de Morungaba – Bastam vontade política, pedido de apoio ao padre Pio ou a um pastor evangélico, contratar um professor de música, um maestro – o possível. Melhor que seja ecumênico, uma obra de todos.

- Homenagem a categoria – Pode-se fazer uma calçada especial numa praça de Morungaba, com o registro histórico de homenagem a uma categoria. Tenho uma proposta relacionada aos jornalistas, que certamente terão sinergia afetiva com a cidade. Basta querer.

- Cuco – A Prefeitura pode incentivar, o comércio de Morungaba apoiar, o padre católico aceitar... Teremos, então, por exemplo, a instalação de um relógio do tipo cuco na nossa matriz. Ao meio dia e às 18 horas, todos os dias, o cuco tocaria, a janelinha se abriria e as abelhas (símbolos da nossa colméia humana) dançariam por 1 minuto. Basta divulgar isso. Muita gente, com o tempo, passaria por aqui, ingressaria no nosso comércio, etc. Traria renda positiva para a cidade.

- Mascote – No rastro do cuco, Morungaba poderia ter a abelha como mascote e, talvez, a imagem de um cavalo adestrado. Construídos em plásticos ou cimento, seriam distribuídos em pontos estratégicos da cidade, atraindo turistas, etc. Dá certo em muitos países do mundo...

- Tratamento de Esgoto – Parque das Estâncias – Continua parado o projeto de saneamento básico do Parque das Estâncias. Falam que lá foi um loteamento irregular. Se foi, se a realidade é irreversível, Morungaba pode se compensar desapropriando uma área equivalente do mesmo proprietário e criando lá, no presente ou no futuro, uma área de lazer, um parque – enfim alguma estrutura de benefício pára a comunidade. O encanamento do esgoto vai passar por uma propriedade minha. Foi autorizado por mim e pelos vizinhos também. Falta a Prefeitura se entender com a Sabesp.

- Zoneamento – É um absurdo que, no século XXI, a Prefeitura, a Câmara Municipal não dêem a importância de Morungaba ter um zoneamento minimamente planejado – onde se constrói o que (residências, comércio, indústria, zona mista), qual área é de preservação e por aí a fora. Sequer numeração de rua funciona aqui. Basta olhar: o normal é a numeração sair do centro para a periferia, um lado par, um lado ímpar. Aqui, salta-se de 10 para 215, quando a relação é a distância entre as propriedades.
- Iluminação Pública – É preciso melhorar tanto para a beleza como para a segurança da população. E, turisticamente, a Prefeitura deveria fazer com que o acesso da cidade (a partir do Parque das Estâncias) fosse inteiramente iluminado. Assim, dá até para incrementar a entrada local à noite.

- Infovia Municipal – O prefeito Luvaldo Flaibam precisa ter uma atitude política elevada e desengavetar este projeto, que tem vínculos com educação, com empregos e renda. Poderia também, reunindo especialistas, como o professor Leonardo Mendes, da Unicamp, e conhecido como “professor da Infovia de Morungaba” em outras cidades, o prefeito poderia debater e avaliar os resultados de seu ônibus de informática.

- SP 360 (Rodovia Constâncio Cintra, também conhecida como Rodovia das Estâncias) – É uma estrada mantida pelo DER. Quando é que Morungaba, pelo menos nos seus limites, vai reivindicar do Governo do Estado, “áreas de ultrapassagem” nesta estrada? Por segurança e para preservar a paciência de todos os motoristas, especialmente os turistas. E mais: por que, junto com municípios vizinhos, não pede medidas que limitem o tráfego de caminhões pesados na estrada, que não têm asfalto adequado. Ora, eles fogem do pedágio e nós pagamos.

- Integração regional – Morungaba deve estudar – e pedido foi feito na administração passada – sua integração na Região Metropolitana de Campinas, cidade-sede que está a 42 quilômetros daqui. Na verdade, na minha opinião, Morungaba precisa se integrar ao que de melhor existe em desenvolvimento na região. Basta olhar para Campinas (42 quilômetros), Amparo (23 quilômetros) e Itatiba (17 quilômetros). Por que eles podem? Por que não podemos?

Morungaba, 6 de novembro de 2006.

Nenhum comentário:

Postar um comentário